sábado, 22 de novembro de 2008

O apelo!

A neve que caiu durante esta noite e madrugada, fez um apelo ao povo sueco. Finalmente, apesar de a diferença de temperatura de hoje para os restantes dias da semana passada ser de apenas 1 ou 2ºC, a verdade é que os suecos lá passaram a ser normaizinhos e vestiram os casacos pesados de Inverno. Aquela mania de andarem de T-shirt e casaco de cabedal desabotoado já me estava a fazer uma gélida inquietação.


A neve parece ter também alegrado um pouco esta gente. Eles que começam a ficar algo depressivos mal os dias vão ficando menores - que o mesmo é dizer a partir de 21 de Junho - pareceram-me hoje mais bem dispostos. Os pais já puxam os trenós dos filhos pelo meio das ruas, enquanto os pombos procuram aquilo que só eles sabem estar escondido debaixo da neve fofa.


Apesar de tudo não estava tanto frio assim. -2ºC marcava o termómetro de Slussen enquanto a vida cosmopolita continuava em plano de fundo. Consta que há anos em que é possível patinar por entre os canais gelados, e claro está atravessá-los a pé. Talvez os frios de Janeiro e Fevereiro tragam os -10 ou -20ºC para eu ver isso...



Entretanto, e também por ser sábado, vêem-se as vielas brancas e vazias, e denunciam-se os locais de parqueamento à beira de um qualquer passeio.


Com a neve chegaram ainda os tão esperados mercados de natal, com muita gargalhada e boa disposição, enquanto as árvores se vestiram de branco como que a tentar entrar no espírito.


A troca de guardas do palácio continua a ser feita, claro está. Mas talvez agora com um gosto especial para quem está do lado de fora a presenciar a rendição. Por toda a cidade as fontes estão agora sem água. No seu lugar existem variadas decorações luminosas que tentam apaziguar a noite e, mais uma vez, preencher um espaço no espírito natalício.



Para o meu primo "Tenro" aqui fica a foto do hotel que ele me pediu. Espero que este lhe sirva! E como diria a minha amiga finlandesa Tiina: "Lumi é algo que nos deixa sempre mais bem dispostos".

Aquele abraço!

Noite branca

Estocolmo acordou hoje assim... vestida de branco!



A vista de minha casa não é propriamente, nem presentemente, a melhor para vos mostrar a neve que tem caido desde ontem à noite. Por isso vou tentar agasalhar-me e dar umas voltas pela cidade, a ver se consigo trazer melhores fotos para mostrar. Vejamos como se comporta a capital perante este truque da natureza ;)

domingo, 9 de novembro de 2008

Relatórios

Para se obter o grau de doutorado na Suécia, é obrigatório que obtenhamos certos pontos a dar aulas. Não interessa se é apenas a vigiar exames, a dar aulas práticas ou teóricas. No final, elas têm de ser dadas! Dado que este é o meu primeiro ano, deram-me apenas tarefas básicas como guardar exames e dar aulas de laboratório - Química Orgânica, neste caso. Como diria o meu primo Pedro: "Sou um tenrinho!".

A minha primeira aula prática lá se passou durante esta semana e, para além dum ligeiro nervosismo nos primeiros 5 minutos, tudo correu bem e até me diverti bastante durante esses dois dias. Eram todos alunos de Biomedicina, e apesar de ser o primeiro ano deles e como tal também o primeiro contacto com laboratórios a nivel de Universidade, a verdade é que não se sairam nada mal e as questões levantadas não eram nenhuns bichos de sete cabeças.

Mas a parte ainda mais divertida estava para vir, e está a tomar lugar agora. Corrigir os relatórios dos meninos... Isto é uma panóplia de documentos que vai desde 3 páginas até quase 20 páginas - quase autênticos testamentos. Nem imaginam o que já me ri a ler estes relatórios. Mas apercebi-me que tenho de ter cuidado com o que digo, ou melhor, como o digo durante as aulas. É que muitos deles apenas percebem as explicações de certos procedimentos quando eles são traduzidos para casos do quotidiano (o que facilita bastante é verdade, mas que não pode ser exclusivo). Isto vai deste chamar "restos" a produtos de reacção e fazer discussões de resultados em duas linhas. Enfim...

Agora que estou do lado de lá, pelo sim pelo não, acho que devo um pedido de desculpas a todos os meus professores. Eu nem imagino o tipo de "bacuradas" que disse ao longo da minha vida de estudante, e por certo me iria rir delas se hoje fosse ler esses mesmos relatórios. Ainda assim, um muito obrigado a todos eles, pois hoje sinto-me capaz de fazer o papel deles com relativa segurança!

Aquele abraço... e vemo-nos por aí!